Interação











{8 de outubro de 2012}   Questionamento

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Questionamento

O meu amigo
Me levou lá prum teatro
Pr’assisti um home
Tocando piano
Mas olha que  eu fiquei invocado.

Como é que ele sabia
que tecla tocá
pra sair aquela música
danada de boa?

E tem mais coisa
que eu sou doido pra saber.
Segura que lá vai.

Como é que a professora
Consegue juntar
aquele monte de coisa do papel e ler?

Como é que a gente vê os preços lá em cima
E dizem na televisão
Que uma tal de inflação
Tá desse tamainho?

Como é que eu
e um bocado de amigos meus
não entram nem na casa dum pessoal
lá do bairro
que é branco
e dizem que aqui no Brasil
não tem esse negócio de preconceito.

E olhe que um dia
Eu fui numa loja
E tomei um susto
Com um homem de paletó me perguntando:
Qué que eu tava fazendo lá.

Mas ele foi educado.
Pegou na minha blusa suavemente
E  me levou lá pra fora.

Acho que lá
Não tinha o que ia comprar
E o patrão dele
Deve mandar ele
Tratar bem os clientes…

Tá bom!

Francilangela Clarindo

Autoria de Francilangela Clarindo com direitos reservados à autora.



{2 de julho de 2012}   E a visita, onde fica? (Existência)




E a visita, onde fica?  (Existência)

Cada vez mais estamos sozinhos no mundo. Fechamos nossas portas e nossos corações a todos e a tudo. Já não mais realizamos visitas frequentes, de corpo e de alma, intencionais. Tudo nos leva a um ativismo constante e cruel. Passamos a vida a espantar pessoas e quando nos damos conta estamos sem ninguém para conversar, ir ao cinema, passear ou mesmo visitar. Que importa se o mundo está cheio de gente? Não há ninguém com quem eu queira estar. Não existe pessoa alguma que me faça sair da inércia que é minha vida. Triste. O mundo caminha para a doença da alma, da vida, da depressão, das pessoas, da família. O mundo caminho para o abismo. Imagino que cada vez mais bancos de praças estejam vazios, que nem mais existam salas de visita ou mesmo quartos de hóspedes. Caminhamos para a solidão. Tanto trabalho, conforto e dinheiro para não ser compartilhado. Um dia o homem verá que nada fez. 


Francilangela Clarindo
francilangela.com



{2 de julho de 2012}   Acessibilidade é tudo



Acessibilidade é tudo

Hoje fiquei muito chateada, muito mesmo. Fui a uma clínica odontológica com meu filho e não pude acompanhá-lo à consulta. Isto porque simplesmente havia uma enorme escada, totalmente inacessível para mim, que tive uma lesão medular e como sequela tenho mobilidade reduzida. Eu até quis subir, mas minha mãe não deixou, dizendo que eu iria me prejudicar. Mas mesmo assim tive vontade de ir, degrau por degrau, lentamente, dentro do meu ritmo, subir e tirar minhas dúvidas com a dentista. Estava apreensiva com algumas questões e eu mesma gostaria de ter perguntado porque minha mãe, na melhor das intençoes, não lembra de tudo que quero saber ou até mesmo pode não conhecer um ou outro detalhe. Dito e feito, quando desceu havia algumas coisas que esqueceu de perguntar ou que não soube responder. Enfim, o drástico desta história, o que me deixou extremamente chateada, foi não poder ter acompanhado meu filho de 6 anos ao dentista. Pode? Sim, e daí se tenho mobilidade reduzida, este não é o problema. O problema é não ter espaço para mim onde chego. O problema é ser lembrada a todo momento de que tenho mobilidade reduzida porque se os ambiente fossem adequados para mim, com certeza eu nem me lembraria. Mas, infelizmente, colocam como única opção para uma clínica de odontopediatria um espaço de difícil acesso até para quem é “normal” (não que eu seja anormal, claro), porque meu filho mais velho diz ser realmente ruim as escadas que levam aos consultórios. E olha que, ao ligar para a central de atendimento para falar sobre o caso e sugerir uma solução ainda me interpelaram se uma criança não pode subir uma escada. Ora, crianças estão sempre com alguém por perto. Imaginem uma senhora com qualquer problema no joelho ir a esta clínica, com certeza seria muito ruim. Ou mesmo uma jovem mãe, sem problema algum no joelho ou qualquer órgão do corpo, mas com um bebê nos braços naquela escada, horrível. E nem avisam. E nem vão alterar porque fui informada de que anotariam a sugestão, mas que não havia nenhuma previsão de mudança. Sinceramente, fiquei indignada. Acessibilidade é tudo, é necessária e extremamente importante para que pessoas com qualquer problemas físico, por menor que seja, não se sintam mal por não poder acompanhar uma pessoa sua em uma clínica, ou mesmo coisa pior porque, certamente, muito acontece neste mundo de meu Deus aos que estão fora dos padrões ditados pela sociedade. Lembro de uma vez ter que ficar em pé durante uma consulta com minha mãe que estava com pressão alta. Já muito cansada, encostei-me no leito em que ela estava tomando medicação. A enfermeira mandou-me levantar e aí, putz, fui ao chão. Assustada, a jovem interrogou-me sobre o que acontecera e minha mãe afirmou que eu não suportava muito tempo em pé. Só então ela permitiu que eu sentasse no leito. Outro fato lamentável. Para qualquer pessoa, ficar em pé durante horas é insuportável. Vamos lá, sociedade, levantem a bandeira deste descaso porque acessibilidade é tudo.


Francilangela Clarindo
francilangela.com

Veja fragmento deste texto publicado no Jornal O Povo em 14/03/2012 – Dia da Poesia
http://www.opovo.com.br/app/opovo/opiniao/2012/03/14/noticiasjornalopiniao,2801154/fala-cidadao.shtml



{2 de julho de 2012}   Ultimato




Ultimato

No dia 22 de Maio de 1995 sofri uma guinada de 360º em minha vida. Foi um impacto de grandes proporções e incalculáveis conseqüências.
Estava no terminal do Papicu em Fortaleza quando peguei o ônibus Papicu/Centro/Expresso. Destino este que não chegaria ao fim. O ônibus fez um desvio da rota e nas imediações da Av. Costa Barros passou numa oscilação na pista que me fez saltar do último lugar onde estava sozinha e desprotegida, para ir até o teto, bater a cabeça próximo ao trocador e vir ao chão de costas.
O fato acontecera. Era irremediável. Pronto. Era agora aguardar e saber o que acontecera. Senti uma onda fervilhando das minhas pernas aos meus pés. Achei que algo estava errado e pensei não mais andar desde aquele momento. Percebi não poder mexer-me e gritei.
Os outros passageiros, ouvindo os gritos vindos de trás, pediram ao motorista que parasse o ônibus. Vieram assim ao meu encontro, levaram-me até um assento, onde ficaram a segurar meu corpo.
Fui levada a um hospital próximo. Como não havia atendimento, fiquei aguardando translado, que demorou muito. Passei praticamente toda a tarde conversando com uma moça que fazia o papel de assistente social do hospital. Mas quem disse que queriam levar-me dali? Não se podia chamar a ambulância porque não se levava de hospital a hospital. Solicitei contato com a empresa na qual trabalhava para ver a possibilidade de quebrar a regra. Depois de muito tempo, chegaram. Fizeram uma imobilização da coluna. Partimos a outro hospital. Lá esperei mais um tempão para ser atendida. Diagnóstico: Fratura da Coluna Lombar na Vértebra L1.


Francilangela Lopes Pinheiro Clarindo
Fortaleza-CE

Veja este texto no Jornal O Povo publicado em 30/07/2007:
http://www.opovo.com.br/app/opovo/opiniao/2007/07/30/noticiasjornalopiniao,716573/fala-cidadao.shtml





{11 de fevereiro de 2012}   Para divulgação

Obrigada pela iniciativa de divulgar novos autores. Estou enviando o link do meu livro e informações. Agradeceria muito se o postasse na vitrine do seu site. Obrigada!

http://www.editoramultifoco.com.br/literatura-loja-detalhe.php?idLivro=&idProduto=734

Sinopse
Passeie pela vida de Wina, seus sonhos, seus projetos, seus pensamentos. Wina vai levar a você a pensar sobre o que ela pensou enquanto viveu sua juventude e seu relacionamento. Wina sou eu, você ou qualquer mulher que, em um momento ou outro, pensa, questiona, vive o que Wina viveu. Claro, somos diferentes, mas em algum momento você poderá identificar-se com esta menina mulher. …

Sobre a autora
Francilangela Clarindo, casada há vinte anos, mãe de dois filhos pensa muito sobre a vida e as pessoas. Acredita que o mundo está meio equivocado em suas intenções e as pessoas meio perdidas diante de tantos assédios. Deus é seu foco. Tenta concentrarse no que ele deseja para sua vida. Assume que erra, e muito porque a cada dia aprende um pouco mais sobre a vida, mas sabe que nunca esta aprendizagem será completa e que, erros iniciais podem, de repente voltar.



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