Interação











{15 de julho de 2012}   Cristina Aguiar

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Nascida em Fortaleza, no Ceará, licenciada em História, a autora, Cristina Aguiar, escreve desde criança. Suas primeiras tentativas consistiam em tentar recriar diálogos de filmes que gostava. Depois, passou a criar histórias próprias tentando dar continuidade a esses filmes. Aos dezessete anos já se aventurava a fazer esboços na procura de uma história ideal. Acumulou vários cadernos com fragmentos de textos que nunca foram para frente. Viajantes foi o primeiro livro que conseguiu terminar, mas acabou encostando-o na gaveta, apesar da opinião favorável daqueles que o leram. Aconteceu o mesmo com A Tenda Peregrina, um romance juvenil sobre um grupo de jovens arqueólogos que parte em busca de um artefato bíblico. Quanto ao livro A Profecia de Hedhen, foi um sonho realizado. Ele é a soma de várias experiências que deram certo e o início de uma saga cujo terceiro volume já está sendo escrito.

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A PROFECIA DE HEDHEN – Cristina Aguiar
1. – Como se diferencia, autor, da pessoa comum, em sua vida pessoal.
R. Eu só posso responder por mim, então, o que posso dizer é que sigo a minha vida como uma pessoa aparentemente normal, levando uma rotina diária de trabalho, família, relacionamentos, mas em certos momentos fica difícil segurar a mente criativa. Quando estou envolvida com a história, ela me acompanha onde vou. Muitas vezes prefiro ficar em casa do que sair, para ter mais tempo e tranqüilidade para pensar. No entanto, isso nunca “atrapalhou” a minha vida pessoal. Acho que, na verdade, ser autora torna minha vida mais alegre, interessante e emocionante. Então, acho que essa diferença está concentrada no foco de cada um. Uma pessoa comum, por exemplo, se preocupa com o dia a dia e vive para o trabalho, muitas vezes esquecendo de sonhar. O autor consegue fazer as duas coisas e, creio eu, mantém uma visão mais aprofundada das coisas que o cercam porque tem a tendência de refletir sobre tudo.
2. – Como foram os primeiros passos e sua descoberta como escritor.
R. Eu costumava, quando pequena, recriar os diálogos de filmes que eu assistia e gostava (para não esquecê-los) em um caderno. Com o tempo, eu fui acumulando muitos cadernos que eu guardo até hoje. De repente eu senti vontade de criar histórias no lugar de reproduzi-las, e foi aí que começou. Foram muitas tentativas de desenvolver uma história. Consegui escrever uma aventura romântica completa, Viajantes, que muitos amigos leram e gostaram, e isso me serviu de incentivo. Foi na época do meu divórcio e eu escutava Roxette direto. As letras das músicas me influenciaram bastante. Depois eu passei para a aventura e fiz um livro voltado para um público mais jovem, uma aventura arqueológica chamada A Tenda Peregrina. O meu círculo íntimo de leitores amigos leu e gostou. Com esses incentivos eu cheguei a ousar ainda mais. A Profecia de Hedhen foi como um insight gigantesco. Eu visualizei a história do começo ao fim e comecei a escrever e acabei me encontrando na fantasia. Mas se não fosse pelo incentivo de amigos, eu acho que ainda estaria escrevendo apenas em cadernos. Agradeço a eles ter chegado onde cheguei.
3. – O que espera alcançar da literatura?
R. O escritor é um artista. E um artista quer que sua arte seja vista, conhecida, criticada, reconhecida. É claro que eu espero vender muitos livros, mas eu também gostaria de ser reconhecida como escritora. Há pouco tempo atrás eu andava triste, porque achava que quem escrevia esse tipo de livros no Brasil não tinha chance, mas hoje eu vejo muitas pessoas abraçando a camisa do autor nacional, tanto editoras como os próprios leitores, e isso é muito bom. O apoio que temos recebido dos blogs literários também faz toda a diferença. Então, eu acho que as possibilidades na literatura são as melhores possíveis e estou bastante otimista nesse sentido.
4. – Tema algum sonho futuro, do qual você poderia dizer – estou realizado.
R. Ter o meu livro publicado já é um sonho realizado. Ver futuramente a saga inteira sendo publicada é algo que eu almejo do fundo da alma. Não há como descrever a sensação de ver algo que nasceu de dentro de você, tomando forma e sendo visto por outras pessoas. Só comparo isso ao nascimento de um filho. Quem é mãe e pai pode entender isso.
5. – O que é a escrita para você? E como isso faz o diferencial em sua vida?
R. A escrita pra mim é o ar que eu respiro, a maneira que Deus me deu de conseguir expressar pensamentos e ações que de outra maneira eu não conseguiria. Isso me ajuda a refletir sobre a vida, as pessoas, o mundo. Não é bom ter uma mente condicionada a rotina e com tendência ao estresse. Ver um filme é bom, comer pizza, ir à praia, mas nada se compara a ler um livro. Escrever, então, é como uma filosofia de vida para mim. Não é um diferencial por me manter num mundo irreal, mas justamente por me ajudar a entender esse mundo.
6. – O que é ser escritor ?
R. Ser escritor é ser um construtor de idéias, mundos e pessoas. Eu digo “construtor” e não “criador”, porque chega um momento em que durante o processo de escrita, você apenas tem que seguir as regras que já foram estabelecidas por você. Quem escreve ficção já deve ter passado por isso. Mas o escritor, longe de ser uma pessoa “desligada”, que vive em outro mundo, é na realidade uma pessoa profundamente atenta a tudo e que pode compreender melhor as estruturas, tanto físicas quanto emocionais que o cercam.
7. – Como um escritor se diferencia dos operários de outros artes? Ou não tem esta diferença?
R. Eu trabalho com outros tipos de artes também. Teatro e dança sempre fizeram parte do meu viver. E como artista eu posso dizer que os sentimentos são muito parecidos, mas existe a diferença do pensar através das letras. Uma dança, uma pintura, uma peça teatral vai trabalhar com gestos e imagem, de uma forma bastante dinâmica, mas o escritor tem que trabalhar com a escrita sem imagens. Isso o faz ser mais “paranóico”, eu diria, pois o esforço exige uma concentração de idéias e pensamentos que tendem a tomar forma para quem vai ler.
8. – Todo autor tem seus traços nas obras que redige, quais são os seus, em sua obra?
R. Eu gosto de escrever como se estivesse ali, dentro da história e perto dos personagens. Costumo usar bastante o recurso dos diálogos, tanto para explicar fatos importantes da história como para falar dos sentimentos e questionamentos de cada personagem. Descrevo o ambiente o suficiente para ser visualizado pelo leitor, mas não me prendo a detalhes pequenos. Também gosto de colocar ritmo na narrativa. É uma história de fantasia com muita aventura e situações perigosas, então eu procuro manter o interesse do leitor de forma que ao acabar um capítulo, ele anseie pelo seguinte. O primeiro leitor do meu livro deve ser eu mesma. Então, eu costumo escrever de uma forma que eu gostaria de ler. Até agora, para aqueles que tiveram a oportunidade de ler o livro, essa receita tem dado certo.
9. – Com qual de suas obras você mais de identifica? Por quê?
R. A Profecia de Hedhen, com certeza. Desde que iniciei minha faculdade (sou formada em História), que eu tenho direcionado meu foco de estudo e pesquisas na figura da mulher e nas sociedades matriarcais. Com esse livro eu pude destacar diversos tipos de mulheres: a guerreira, a mãe, a idosa, a adolescente. Através delas eu consegui trabalhar personalidades diferentes e creio que cada uma delas traz um pouco de mim, do que sou e do que eu gostaria de ser.
10. – Um escritor hoje, necessita de um padrinho para ser apresentado ao mercado? Qual sua visão sobre isso, indicando comprativos com o caminho que percorreu.
R. A internet facilitou muito a nossa vida nesse sentido, pois você pode ser a sua própria empresa de marketing. Quando eu recebi o registro da Biblioteca Nacional sobre os direitos autorais, eu coloquei logo o meu livro na rede através da Bookess e criei um blog especialmente para ele. Foi dessa forma que eu fui “encontrada” pela MODO, através da Adriana Vargas. Eu tive um caminho relativamente fácil em comparação com outros, que chegaram inclusive a desistir pelo caminho. Hoje temos muitas editoras que estão dando oportunidade para os novos autores, e eu posso até compará-las as nossas “mecenas”, pois é através do seu trabalho e empenho que estamos trilhando esse caminho. Um caminho que parecia estar barrado a sete chaves pela velha guarda literária.
11. – Você acredita, que se escrever um livro, o autor precisa sentir, ou viver o que está escrevendo, ou simplesmente, descreve uma fantasia? Como encara isso e como funciona para você?
R. Se eu acreditar que estou apenas criando uma fantasia, minha obra não terá vida. Quando eu escrevo, eu vivo a história de tal forma que em muitos momentos eu chego a pensar que sou apenas uma testemunha ocular da narrativa. No meu caso, Hedhen é um mundo onde vivem pessoas de diversos temperamentos, e são essas pessoas (personagens) que vão dar vida a esse mundo. Eles possuem sua própria visão de mundo, e um jamais será igual ao outro. Muitas vezes eu me sento para escrever algo já previamente pensado, mas na hora sai tudo diferente e eu mesma acabo me surpreendendo. Essa é a magia da escrita. O momento sublime em que suas mãos começam a se mexer sozinhas sobre o teclado e você apenas se deixa levar por elas.



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